ELEIÇÕES 2022 - Dezenas de milhões de brasileiros ficaram grudados em suas TVs na noite de quinta-feira para o último debate presidencial antes das eleições de domingo .
O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro precisava de um desempenho forte para garantir um segundo turno contra o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, o favorito nas pesquisas. Outros cinco candidatos também participaram.
Horas antes do debate na rede Globo, uma pesquisa do Datafolha indicava que a vitória no primeiro turno estava ao alcance de Lula, o que exigiria mais votos do que todos os outros candidatos juntos.
Por isso, Mauro Paulino, ex-chefe do Datafolha, disse que o debate desta quinta-feira foi “o mais importante desde a redemocratização do Brasil” em 1985.
“Um pequeno grupo de pessoas decidirá se esta eleição tem dois ou um turno”, disse Paulino à GloboNews. “As performances desses candidatos na frente de tantos espectadores vão importar muito.”
Da Silva, cuja atuação no primeiro debate semanas atrás foi chamada de morna por analistas, tentou mostrar mais energia em suas respostas a Bolsonaro.
Mas o debate rapidamente se transformou em um feroz vai-e-vem entre os dois, com cada um lançando insultos pessoais e o moderador concedendo-lhes repetidas oportunidades de responder.
“Ele falando sobre gangues, ele deveria se olhar no espelho”, disse Silva.
"Mentiroso. Ex-presidiário. Traidor da nação”, disparou Bolsonaro. “Tenha vergonha de você mesmo, Lula.”
“É insano que um presidente venha aqui e diga o que diz”, disse Silva. “É por isso que as pessoas vão mandar você para casa em 2 de outubro.”
O moderador, William Bonner, acabou pedindo civilidade: “Por respeito ao público, por favor, mantenha o nível de calma para um ambiente democrático que estamos tentando ter para este debate.” ———
Simone Tebet, senadora próxima aos líderes do agronegócio e considerada moderada na disputa, atacou Bolsonaro por seu histórico ambiental em um segmento relacionado às mudanças climáticas.
“Foi a sua administração que fez queimar biomas, florestas e meu Pantanal. Seu governo cuidou de garimpeiros e madeireiros e os protegeu", disse ela. "Você, nesse sentido, foi o pior presidente da história do Brasil."
Bolsonaro defendeu seu histórico, observando que enviou o exército para a Amazônia para combater incêndios.
Ela comentou que “ele acredita em suas próprias mentiras” e que a baixa precipitação estava prejudicando a produção agrícola.
“Então a falta de chuva é minha responsabilidade? Parabéns”, respondeu ele, com um sorriso. Ele observou que viajou para a Rússia para negociar o fornecimento de fertilizantes.
"As pessoas me amam e o campo votará em mim novamente", acrescentou. ———
A mídia social brasileira foi incendiada por trocas envolvendo o padre Kelmon Luís da Silva Souza, um candidato cuja alegação de ser um padre ortodoxo católico foi contestada. Sua aparição começou lançando uma pergunta de softball para Bolsonaro. Essa exibição, além de seu desempenho anterior no debate, levou os candidatos a acusá-lo de trabalhar em nome da candidatura de Bolsonaro.
Da Silva se referiu a ele como um “candidato de fachada” e exigiu saber em qual igreja ele supostamente ministra. Os dois trocaram palavras acaloradas que levaram a Globo a cortar e silenciar seus microfones por um longo tempo enquanto Bonner, o moderador, pedia silêncio.
Mas os golpes da candidata Soraya Thronicke em Kelmon – em três confrontos separados – foram o maior motivador de atenção e memes. Ela primeiro fingiu ser incapaz de lembrar o nome dele, depois o chamou de “Pai Candidato” e disse que ele se parecia com os padres fantasiados que realizam casamentos simulados nas tradicionais festas juninas.
Até Bonner mostrou frustração aberta com Kelmon. Ele repetidamente advertiu o candidato por ignorar as regras do debate e falar fora de hora.
FONTE: https://abcnews.go.com/International/wireStory/brazils-decisive-debate-eve-presidential-election-90746401
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